quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

FIM DO MUNDO





Pelo Brasil ser um país cristão, creio que também por outros fatores, somos acostumados com a ideia do 'fim do mundo'. E no cristianismo, e quando lemos os ensinamentos de Cristo, podemos ver suas afirmações a respeito do fim. Acredito que muitas outras religiões tratam do 'fim', mas desconheço seu posicionamento, por isso limito-me a visão cristã e também por outros fatores. A questão é que a medida que se ouve falar dos acontecimentos da natureza, das guerras e outros fatores não-normais, nem mesmo toleráveis, as pessoas associam esses acontecimentos com o conhecimento cristão que elas tem sobre esse fim. Às vezes, eu mesma costumo brincar com meu irmão por ele se apoiar nas descobertas científicas de outros planetas que podem ser habitados. Eu digo a ele que os cientistas tão vendo que o mundo num vai aguentar muito e já estão procurando um outro lugar para viverem.


Mas, qual a possibilidade desse 'fim'? Começo com um argumento bem simplista, tudo que tem um começo tem um fim. E se você perguntar: "Deus tem um fim?" Acredito que o que é eterno não tem fim, portanto não tem começo, apenas são. Eu mesma me pergunto: Como pode algo que não tem começo existir? Talvez, somos finitos demais para compreender o que é eterno. 


O 'fim do mundo' - numa perspectiva histórica. Desde que Jesus Cristo, depois de ressurreto, segundo a bíblia, foi elevado aos céus é esperada sua vinda. O próprio Jesus falou a respeito de alguns sinais que revelariam a proximidade de Sua vinda e consequentemente do 'fim do mundo'. Haveria "barulho de batalhas ou notícias de guerra" , mas ainda não seria o fim. Haveria "falta de alimentos e tremores de terra", os cristãos seriam "presos e entregues para serem maltratados [...] e mortos" ¹. Fala mas outras coisas, você pode conferir Mateus 24:3-14, Marcos 13:3-13, Lucas 21:7-19. Acontece que muitas dessas coisas citadas já vem acontecendo ao longo dos séculos.


"A história da cristandade, até o séc. XVI, é uma história das expectativas [...], de uma contínua expectativa do final dos tempos; por outro lado, é também a história dos repetidos adiamentos deste mesmo fim." ² Isso mostra o que acontece hoje de ligar certos acontecimentos com o que Jesus falou. Apesar disso, a história do 'fim' ainda está à tona. A mais nova é relacionada ao fim do calendário asteca, exatamente no ano que vem - 2012. Mesmo depois das separações todas que ocorreram na história, o fim ainda está lá, ruim ou não, ainda está lá a nos esperar. "Ao separar a história sacra, a história humana e a história natural, ele (Bodin) transformou a questão do fim dos tempos em um problema de cálculo astronômico e matemático." ³ 


Saindo da escatologia cristã sobre o 'fim', o que será do nosso 'fim'? O nosso futuro ficou em aberto. Acredite-se ou não haverá um fim e devemos está bem certos quanto a isso, mesmo que não saibamos que fim será esse. As pessoas apostavam tudo na ciência, alguns séculos atrás - nãoo sei hoje -, no progresso. Marc Bloch dizia que nosso pobre mundo " justamente orgulhoso de sua ciência não consegue, todavia criar para si um pouco de felicidade." 4  É,  já se foi o tempo de se acreditar na ciência que poderia nos ajudar a ter uma vida melhor, depois que essa ciência foi usada como poderosa arma em campos de batalha,  produzindo a aflição dos povos. As aflições só aumentam. Existem países que poderiam manter a si mesmo e ajudar outros a se manterem, mas assim o capital não cresce, certo? Errado! O vídeo A História das Coisas [ http://www.youtube.com/watch?v=lgmTfPzLl4E ] mostra o quanto nosso planeta sofre por usarmos além dos limites possíveis a sua matéria-prima, o quanto as massas são esquecidas na história, o quanto o Estado que era venerado há séculos atrás como o fim do progresso se dobra diante das grandes corporações.


Assim, com o futuro em aberto surgiram duas questões: O prognóstico racional "é um momento consciente da ação política. Relacionado a eventos cujo o ineditismo ele próprio libera. O tempo passa a derivar, então, do próprio prognóstico, de uma maneira continuada e imprevisivelmente previsível." O prognóstico pode prolongar a esperança do fim, mas se ele falhar, não dá para repetir, nem como erro, ele ficará preso a sua previsão. A filosofia da história está não em apenas saber como vai ser esse futuro, mas em acelerá-lo. "Pois que proveito teria se aquilo que ele considera ser o melhor não se tornar o melhor ainda em seu tempo de vida?" 5 A filosofia da história recupera o futuro para o tempo presente.


Por fim, no século XVII o tempo histórico ainda era visto como o natural. E mesmo assim o futuro escatológico como creem os cristão ou o futuro da consciência histórica e da política moderna não tem fundamento novo em si. Todos apontam um fim! E completo dizendo, se essa história realmente tem um fim, como estamos vendo, prefiro me agarrar a verdade, ao único que me ensina a viver, prefiro ouvir o ensinamento do homem-Deus que fez coisas que ninguém poderia fazer, que falou sobre coisas que aconteceriam ante de acontecer, que se fez carne e habitou entre nós. E que por fim... virá. Pois se Ele não ressuscitou dos mortos, comamos e bebamos pois amanhã morreremos e nossa fé seria em vão. Mas, se Ele vive não temos nada a perder!




Notas:
1. Mateus 24: 6,7,9
2. In. Koselleck, Reinhart. FUTURO PASSADO. Rio de Janeiro. Contraponto/ Ed. PUC. Rio, 2006. (p. 24)
3. Ibid., p.28
4. Bloch, Marc. APOLOGIA DA HISTÓRIA OU OFÍCIO DO HISTORIADOR. Trad. André Telles. Rio de Janeiro, Joorge Zahar, 2001 (p.44)
5. In. Koselleck, Reinhart. FUTURO PASSADO. Rio de Janeiro. Contraponto/ Ed. PUC. Rio, 2006.(p. 32, 37)




Marília Teles, 17 anos, em seu segundo ano de história na UFPB, cristã, apaixonada por música e bloggera falida.  www.mariliateles.wordpress.com

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Em meio ao caos no Egito, cristãos realizam ato de amor fazendo escudo humano para muçulmanos

Na virada do ano, ocorreu o atentado de um homem-bomba na cidade de Alexandria, no Egito, que matou 23 cristãos. Nestes últimos dias dezenas de cristãos foram mortos por extremistas muçulmanos, que se aproveitaram do caos que o país vive. Mesmo assim, a foto abaixo, registrada por Nevine Zaki, revela uma imagem de paz e tolerância em meio à situação calamitosa que o Egito vive.

Um grupo de cristãos coptas, que são cerca de 10% da população egípcia, decidiram dar as mãos e criaram uma espécie de corrente humana para proteger uma centena de muçulmanos que interromperam os protestos para as orações mandatórias do islamismo. Mesmo em minoria, os cristãos atuaram como uma espécie de equipe de segurança, protegendo seus compatriotas de religião diferente de qualquer ataque inesperado da polícia ou de outros manifestantes.

fonte:  http://www.pavablog.com/2011/02/04/cristaos-e-muculmanos-unidos-no-egito/