por HELTON DE ASSIS
A narrativa sobre Noé começa com a afirmação de que ele era um “homem justo e íntegro entre os seus contemporâneos”. Noé era correto e sincero, embora não livre do pecado. Podemos dizer que Noé, apesar de ser pecador, não havia se depravado tanto como os demais de sua época. A narrativa também diz que Noé “andava com Deus”, o que implica dizer, que, assim como Enoque, Noé possuía uma conduta marcada pela comunhão íntima com o Criador.
Algumas
pessoas tem dificuldade de imaginar Deus em um estado de ira. Porém a narrativa
do dilúvio mostra claramente que a paciência de Deus tem limite. Nessa
história, vemos que, Deus pretendia fazer uma “reciclagem” com a humanidade. Os
homens haviam passado do limite e iriam agora colher o que plantaram.
Deus
mandou Noé construir uma barca que fosse resistente a catástrofe que estava por
vir. Assim ele e sua família teriam como se refugiar em meio a destruição.
Incrivelmente
a narrativa mostra que o próprio Deus foi o projetista da Arca. As dimensões
deste navio eram, em números redondos, 135m de cumprimento, 23m de largura e
20m de altura. A partir dessas medidas podemos notar alguns fatos curiosos:
·
Um
navio com tais dimensões teria um deslocamento de 20.000 toneladas e uma
tonelagem bruta de 14.000 toneladas.
·
Sua
capacidade de carga equivalia à de 522 vagões de trem (cada um dos quais com
capacidade para 240 ovelhas), o que implica dizer que era um espaço onde
poderia ser colocadas mais de 125.000 ovelhas.
·
Cientistas
sérios, como o Profº Adauto Lorenço, afirmam que a capacidade da arca de Noé,
era sufisciente para comportar todas as espécies de animais da terra. É
importante observar que muitos animais não precisaram entrar na Arca, como foi
no caso dos peixes e de muitas espécies de vermes, entre outros. Deve-se ainda
lembrar que a maior parte dos animais existentes não possuem grande tamanho, e
que a Arca estaria levando animais jovens, ou ainda, filhotes. Filhotes são
menores e consomem menos alimento, assim como também, são mais fáceis de
domesticar. Outro aspecto importante de lembrar: a hibernação de muitas
espécies foi algo que ajudou muito.
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Nem
todos os compartimentos precisaram ser ocupados por animais. Os que sobraram
serviam para armazenamento de mantimentos.
·
O
Espírito Santo interviu de várias maneiras para ajudar Noé. Seja agindo no
deslocamento dos animais, seja no controle deles.
A
arca de Noé simboliza a segurança ante a destruição, ou a salvação em vista ao
julgamento. Também podemos enxergar a Arca de Noé como uma alusão a Cristo, que
é aquele que nos abriga.
Tratando-se
do dilúvio em si, até hoje é impossível determinar a sua data exata. As
estimativas o colocam entre 13.000 e 3000 a.C..
A
extensão do dilúvio tem sido objeto de discussão. Por um lado, muitos defendem que o dilúvio
foi a nível mundial, por outro lado, existem muitos que acreditam que o dilúvio
foi limitado a determinada região do globo. Quanto a minha opinião, creio que o
dilúvio dificilmente não ocorreu em escala global, pois, entre muitas evidências
podemos destacar que:
·
Os
historiadores e antropólogos afirmam que em quase todas as cultura, ao redor de
todo o planeta, podemos notar a presença de lendas e tradições que guardam
histórias de dilúvios. Narrativas diluvianas podem ser encontradas na cultura
oral dos mais diversos povos, como Assírios, Babilônicos, Persas e Gregos.
Ainda hoje etnias bastante isoladas conservam
esta tradição, como é o caso de muitos grupos de aborígenes que vivem na
polinésia, ou ainda, grupos de índios da América do Norte. Entre todas as
versões extra-bíblicas, a mais conhecida é a famosa Épopéia de Gilgamesh,
escrita a mais de quatro mil anos atrás.
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Apesar
de muitos cientistas não acreditarem em um dilúvio tão grande, ao ponto de
cobrir os montes mais altos, o fato é que muitos pesquisadores sérios conseguem
enxergar marcas deste acontecimento em todo o globo.
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Contrariamente
a idéia de que não havia água sufisciente para ocorrer um evento como esse,
afirmo que, precisamos lembrar do fato que as condições climáticas da terra
pré-diluvianas eram muito diferentes das de hoje. Pesquisadores tem concluído
que a atmosfera terrestre era muito mais úmida, o que implica dizer que havia
mais água caindo do céu do que imaginamos. Outro fator importante: As águas da
camada meso-oceânica, juntamente com todas as reservas dos aqüíferos, foram
utilizadas por Deus.
·
A
linguagem dos capítulos sexto a nono de gênesis refere-se a um dilúvio de
dimensões globais.
É baste interessante notarmos que um
grande numero de pessoas nas últimas décadas tem afirmado que avistaram
resquícios da Arca de Noé no Monte Ararat, localizado na divisa entre a Turquia
e a Armênia. Recemente a imprensa internacional divulgou que um grupo de
arqueólogos chineses teria realizado uma descoberta no alto deste monte e que a
possibilidade de ser a Arca de Noé era de 99.9 %. Veja a seguinte reportagem
publicada pelo site Terra, em 28 de Abril de 2010:
Fotos de satélites têm mostrado que no geladíssimo
e inóspito Ararat existe uma anomalia geológica, que tem levado muitos
pesquisadores a afirmarem que aquela seria a Arca sob a neve.
Ao
contrário das idéias dos céticos contra a historicidade da narrativa bíblica do
dilúvio, podemos perceber que as evidências que apontam para a realidade e
literalidade desta história são muitas.
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Ao fim da narrativa, após as águas do
dilúvio baixarem e os remanescentes novamente pisarem na terra firme, é
realizado um culto ao Senhor. Nessa ocasião
Deus promete a Noé e sua família que nunca mais destruiria a terra com
um dilúvio.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
· Alexander, Pat; Alexander, David (Organizadores). Manual Bíblico SBB. Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 2008.
· Dockery, David (Editor Geral). Manual Bíblico Vida Nova. São Paulo: Edições Vida Nova, 2001.
· Bíblia de Estudo de Genebra, 2ª Edição. São Paulo: Cultura Cristã; Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 2009.
· Bíblia de Estudo Plenitude. Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 2002.
· Ryre, Charlles. Bíblia Anotada. São Paulo: Mundo Cristão, 2009
· Júnior, Guilherme Stein. A Torre de Babel e seus mistérios. Brasilía: Sociedade Criacionista Brasileira, 1998.
· Lorenço, Adauto J.B. Como tudo começou. São José dos Campos: Fiel, 2007.
· Champlin, Norman. O Antigo Testamento Interpretado. São Paulo: Hagnos, 2001.
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