quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Natal Coca-Cola



por Derval Dasilio

Entramos no torvelinho da festa secularizada do Natal. Uma expressão está na boca de todos: comprar, comprar, comprar... As ruas são iluminadas por mil lâmpadas, milhares de luzes e cores. A cidade está enfeitada. Guirlandas, adornos brilhantes, pinheirinhos são enfeitados dentro de nossas casas, algodão imita flocos de neve. Mas nosso verão é tipicamente um tempo de chuvas e tempestades incômodas, e as metrópoles padecem com esgotos transbordantes, barrancos que deslizam sobre habitações precárias construídas em encostas perigosas. Tudo acontece num câmbio grotesco onde as precauções são completamente esquecidas, juntamente com a capacidade de discernimento. Comprar se torna uma tarefa árdua para alcançar, tantas vezes, o desnecessário. 
 
Generosidade periódica dos presentes obrigatórios confunde-se com a sacralização do consumo. Os verdadeiros impulsores do mito de São Nicolau não explicam porque Nicolau transexualmente é uma “santa”... Santa Claus! Crendices em “duendes” também envolvem a história. Em 1931, a Coca-Cola encomendou ao artista Habdon Sundblom a remodelação do/a Santa Claus. Uma propaganda da Coca-Cola, em cores de tom vermelho, mostra o Natal e o Papai Noel que a gente conhece e acabou adotando.
 
Engana-se quem imagina esta festa comemorada por todos com bons vinhos, regando assados de lombo de porco, perus, chesters, frutas secas e coisa e tal, sem distinção de classe. A rigor, a Coca-Cola é a dona da festa, e tudo que está por trás da mesma. Não há como comemorar um Natal à moda brasileira, com metáforas sobre a injustiça e opressão sempre presentes: “Tô levando uns amigos pra conversar / Eles vão com uma fome que nem me contem / Eles vão com uma sede de anteontem / Salta cerveja estupidamente gelada prum batalhão / E vamos botar água no feijão (“Feijoada completa”, Chico Buarque)1.
 
O Evangelho do Advento dá o tom para a comemoração da natalidade do Senhor no calendário cristão original. Prega mudanças, faz exigências éticas, critica o culto e as festas religiosas sem justiça, segundo os Evangelhos. Os textos de Lucas (3.7-18), Zacarias (13.4-6) e Isaías (12.2-6) são quase “apocalípticos”. Testemunha o Advento João Batista, precursor do Messias de Deus, em linha profética da mais antiga tradição de Israel, antes do judaísmo bíblico. Sua pregação, cortante como o melhor aço temperado, é impressionante. 
 
O povo se comove, as gentes se aproximam para perguntar-lhe: “Que devemos fazer?”, uma prova de que compreenderam sua mensagem, perceberam que o batismo de João tem exigências quanto ao comportamento testemunhal na salvação que chega em Jesus. A resposta indica mudanças na vida: no meio do povo todos são iguais, quanto à inconsciência das realidades opressivas escondidas pelas festas populares. 
 
Necessitamos do Salvador. Temos que ser salvos até de nós mesmos, inimigos que somos do projeto de Deus. João Batista nos lembra da peçonha que está em nós, como escorpiões suicidas que se envenenam picando-se com a própria cauda. Dramático! A mudança de conduta é bem mais que uma mudança de ideias. Trata-se de empenho para a transformação das velhas situações de opressão consentidas.
 
A exclusão, como uma velha ideia admitida no conformismo cotidiano, transmudada para a solidariedade e partilha de uma ideia de mudança profunda, através do arrependimento; pelo não reconhecimento dos pecados das estruturas de uma sociedade corrompida – da qual somos parte, depravados, coniventes, diria Calvino; e Paulo (Rm 3.10: “Não há sequer um justo!).
 
A exclusão é o alimento das injustiças dos magistrados; eles trabalham para as elites e oprimem o pobre. Os políticos, os dirigentes do mundo econômico se corrompem. A religião oportunista soma ao patrimônio da corrupção resultados econômicos milionários, sem diminuir suas culpas sociais 2
 
As multidões, cuja infidelidade é proverbial nas Escrituras Sagradas, prostituem-se facilmente. Por isso não escapam da exortação: “Raça de víboras, façam coisas que mostrem que vocês se arrependeram” (Lc 3.7). As alegações sobre o pertencimento a um povo eleito, álibi para desafiar a necessidade colocada pelo profeta, são respondidas com veemência: “O machado já está pronto para cortar até as raízes das árvores...” O Novo Testamento explicita a alegria da justiça e da salvação que chega. Sendo insensíveis às raízes da fé, podemos ser substituídos até por pedras (... digo-vos que, se estes se calarem, as pedras clamarão – Lc 19.41). O cumprimento das promessas de Deus é motivo de alegria e de gozo profundo. 
 
“O Senhor está perto” (Fp 4.5). Todas as preces a Deus devem estar imbuídas da alegria em ação de graças. A prática, esperança de justiça, deve permanecer na vida e experiência da alegria que leva a uma “paz” autêntica: “shalom” (biblicamente: paz espiritual, social, política, entrelaçadas, interdependentes, auto reguladoras; é paz com vida bem-aventurada por Deus). 
 
O termo hebraico “shalom” deve ser traduzido a partir de seu significado desde a raiz. Literalmente significaria “estar inteiro” (J-Y. Leloup). Não há paz se as pessoas não estão inteiras, se lhes falta dignidade, cidadania, segurança e seguridade social, justiça elementar, trabalho, saúde, instrução para o desenvolvimento. Tem a palavra o profeta precursor que prega a correção de rumo num mundo impiedoso onde as pessoas não ousam olhar a realidade olho no olho. Talvez porque não sejamos corajosos o suficiente para admitir o quanto somos responsáveis por tudo que criticamos nos outros e ao nosso redor. Não basta uma “noite feliz”. Precisamos da epifania de Deus durante o ano inteiro.
 
Notas
1. De nossa parte, nos divertimos com o Natal brasileiro, à moda do que João Bosco cantou: “Toca de tatu, linguiça e paio e boi zebu / Rabada com angu, rabo-de-saia / Naco de peru, lombo de porco com tutu / E bolo de fubá, barriga d'água / (...) Um caldo de feijão, um vatapá, e coração / Boca de siri, um namorado e um mexilhão /Água de benzê, linha de passe e chimarrão / Babaluaê, rabo de arraia e confusão... (...) Meu pirão primeiro... é muita marmelada” (Linha de Passe, Aldir Blanc).  
 
2. Na última segunda-feira, uma operação do Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) do Ministério Público, apelidada de “Entre Irmãos”, contou com o apoio de 72 policiais militares e a Polícia Federal para realizar a busca e apreensão de documentos e equipamentos na sede da igreja, conhecida como Presbitério Maranata (Operação Entre Irmãos, Gazeta 26.11.2012). Dirigentes da Igreja Cristã Maranata foram pegos com a boca na botija, sendo decretados quebra de sigilo bancário dos mesmos, e templos, centros recreativos e administrativos, interditados pela justiça. Cerca de 3.500 pastores, na base do esquema, esperam para ver no que dá, quando a cúpula inteira do presbitério diretor, 25 pastores e presbíteros, vai responder na justiça por improbidade, estelionato, evasão de divisas, malversação de recursos não tributáveis extraídos dos fieis. 

Extraído de Ultimato.com.br, em 20 de dezembro de 2012
 
É pastor da Igreja Presbiteriana Unida do Brasil e autor do livro “O Dragão que Habita em Nós” (2010).

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

VAMOS COLOCAR A MÃO NA MASSA!

OLÁ PESSOAL!

O INICIO DO SEMESTRE 2012.2 NA UFPB ESTÁ CHEGANDO, NÃO PODEMOS FICAR PARADOS. TODAVIA PRECISAMOS DE MÃO DE OBRA PARA EXECUTAR NOSSOS PLANOS. PODEMOS CONTAR COM VOCÊ?

ESTAMOS TENDO REUNIÃO DURANTE OS SÁBADOS NA 1ª IGREJA BATISTA DE JOÃO PESSOA, ÀS 15H. 


Algumas idéias surgiram nas utimas reuniões e precisamos amadurecer, exemplo:

Para recepcionar os feras:
  • Palestras sobre assuntos relevantes para os estudantes, como sobre trabalhos científicos, concurso público, carreira, serviços disponíveis na universidade... 
  • Realização do 4º "pinga-fogo" (sabatina teológica)
  • preparar kits para distribuir entre os ferascom: siglas e significados da universidade, principalmente projetos, caneta, botton ou adesivo da ABUB, calendário e panfletinho com o que é a abu e contatos.
Precisamos
  • Ver os dias iniciais, palestras ou lugares estratégicos para abordar a maior quantidade de feras 
  • Definir os preletores
  • Ver os lugares das palestras
  • Confeccionar urgentemente nossas camisas

Então... Se envolva... traga mais gente para a ABU JP... Vamos simbora!!!

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

LIBERDADE DE CULTO





por ANDRÉ BRONZEADO

A vida em sociedade é regida por leis que formam o chamado “ordenamento jurídico” que nos impõe deveres e nos concede direitos. Um dos direitos mais fundamentais trazidos na Lei Maior do nosso país, isto é, a Constituição Federal de 1988, é o direito à liberdade. Liberdade é a faculdade que uma pessoa possui de fazer ou não fazer alguma coisa. Para que uma pessoa seja livre é indispensável que os demais respeitem a sua liberdade. Considerando o princípio da legalidade (art. 5º, II), apenas as leis podem limitar a liberdade individual que possuímos.

O artigo 5º da Constituição Federal trata dos direitos fundamentais do nosso país e dispõe: “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade...”.

Falando especificamente das liberdades, elas podem ser classificadas da seguinte forma: a) Liberdade de Consciência: Liberdade de crença e Liberdade de consciência. Estas liberdades estão ligadas ao nosso interior, ao nosso íntimo. b) Liberdade de exteriorização do pensamento: Liberdade de culto, Liberdade de informação jornalística, Liberdade de divulgar o pensamento, Liberdade científica e Liberdade artística.

liberdade de crença é a liberdade de pensamento de foro íntimo em questões de natureza religiosa (CF, art. 5º, VI). Após anos de censura política e ideológica durante o regime militar instaurado em 1964, a Constituição de 1988, com a redemocratização do País, evidenciou sua preocupação em assegurar ampla liberdade de manifestação de pensamento, o que fez em diversos dispositivos constitucionais. O art. 5º, IV, estabelece que “é livre a manifestação do pensamento”. O inciso IX desse mesmo artigo reitera, de forma mais específica, que “é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença”.

Esse direito à liberdade deve ser exercido de forma responsável, assegurando a Constituição direito de resposta em caso de abuso e desrespeito, além de indenização moral e material à pessoa ofendida. A liberdade de exteriorização do pensamento é assegurada nas diversas áreas do conhecimento humano, abrangendo liberdade de culto (CF, art. 5º, VI).

liberdade de crença é algo de foro íntimo em questões de ordem religiosa. É importante salientar que inclui o direito de professar ou não uma religião, de acreditar ou não na existência de Deus. A liberdade de culto é a exteriorização da liberdade de crença. Se a Constituição assegura ampla liberdade de crença, a de culto deve ser exteriorizada como estabelece o art. 5º, VI, da Constituição que dispõe: é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;. A liberdade de culto inclui o direito de celebrar as cerimônias, a construção de templos, o direito de recolher contribuições dos fiéis, a proteção à doutrina pregada, o direito de se reunir para adorar a Deus, dentre outros.

Existem três sistemas de relacionamento entre Igreja e Estado: a) confusão — Igreja e Estado se misturam. Exemplos: Vaticano e alguns Estados islâmicos; b) união — estabelecem-se vínculos entre o Estado e uma determinada religião, que passa a ser considerada como a crença oficial do Estado. Exemplo: Brasil-Império; c) separação — um regime de absoluta distinção entre o Estado e todas as Igrejas. Exemplos: todos os Estados laicos, entre eles o Brasil atualmente.

No nosso país existe um regime de absoluta separação entre Igreja e Estado, pois a Constituição Federal, em seu art. 19, veda “à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: I — estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse público”. Ou seja, o Brasil é um país laico, no qual não existe uma religião oficial. Nem a Igreja Católica, nem as Igrejas Protestantes, nem qualquer outra pode ser considerada como religião oficial do nosso país.

A Constituição brasileira de 1824 estabelecia a Igreja Católica Apostólica Romana como a religião do Império, permitindo apenas o culto doméstico para as outras crenças. Essa discriminação foi abolida desde a proclamação da República e as constituições posteriores protegem as Igrejas Protestantes e demais religiões. 

O fato de ter chegado primeiro ou de estar a mais tempo no Brasil, não dá o direito de nenhuma religião se achar dona do nosso país. Nenhuma igreja tem o direito de proibir o funcionamento de outra igreja em nenhuma parte de nosso país. O Brasil é um país de todos, pois todos somos iguais perante a Lei e todos nós temos liberdade de cultuar a Deus garantida na Lei Maior do nosso país.

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REFERÊNCIAS:

Pinho, Rodrigo César Rebello
Teoria geral da constituição e direitos fundamentais /
Rodrigo César Rebello Pinho. – 11. ed. – São Paulo : Saraiva,
2011. – (Coleção sinopses jurídicas ; v. 17)

O “voto do cajado” e o presente grego


Deu no O Estado de São Paulo e no O Estado de Minas deste fim de semana. Mas já havíamos publicado aqui no dia 30 de agosto. A campanha promovida pela Rede FALE “Fale contra o voto de cajado” que pretende levantar a discussão sobre o chamado “voto do cajado”* vem ganhando espaço na mídia secular, em especial na internet. As páginas que divulgam a iniciativa já receberam milhares de visualizações**.
O problema da manipulação política no meio evangélico, infelizmente, não é recente. Ultimato já vem falando sobre isso há anos. Em setembro de 2000, por exemplo, nosso colunista, o sociólogo Paul Freston dizia no artigo A campanha eleitoral: raiz de todos os males:
“O privilegiamento institucional será um presente de grego para as igrejas, criando dependências, incentivando hipócritas, amarrando a boca profética. O candidato precisa educar os ingênuos e frear os sedentos de poder e de benesses”.
Freston escreveu um livro só sobre a relação entre a Igreja e Estado, no qual ele discute, entre outras coisas, a ética política no meio evangélico:
“Se alguém me pergunta se confio em algum político evangélico, respondo que não. Aliás, biblicamente, não devemos confiar nos príncipes, mesmo que sejam evangélicos e tenhamos ajudado a colocá-los no poder. É por termos um ensino superficial do pecado que nos damos mal politicamente e criamos ídolos”.
Em 2008, o (já falecido) bispo Robinson Cavalcanti, autor do clássico Cristianismo e Política, também criticava veementemente a duvidosa compreensão do evangélico sobre o assunto no artigo A Participação dos Evangélicos na Política Brasileira: 
“Para o evangélico médio, política é sinônimo de partidos e eleições. Daí o “avivamento” cíclico da profusão de candidaturas, desde as “oficiais” às resultantes de “profecias”, de níveis aquém do desejado e de resultados eleitorais cada vez mais escassos. Se o crente comum não recebe ensino sobre como fazer diferença na vida em sociedade, aqueles que ocupam posições nos poderes do Estado são, em geral, carentes de uma proposta diferenciadora ou de uma ética superior”.
O que se vê hoje parece algo ainda mais estranho, porque a manipulação religiosa já superou a lógica “irmão vota em irmão”. Agora é “irmão vota em quem o pastor indicar, seja o candidato evangélico ou não”. 
A campanha da Rede FALE também inclui a realização de eventos e debates em várias cidades do Brasil. Clique aqui e saiba mais.

Notas:
* O "voto do cajado" é uma expressão que faz alusão à manipulação de líderes de igrejas para que seus fiéis votem em candidatos indicados por eles.

** A página da Rede FALE no Facebook já recebeu mais de 100 mil visualizações.

extraído de ULTIMATO.com.br

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

DICA DE LEITURA: NÃO TENHO FÉ SUFICIENTE PARA SER ATEU

Idéias contrárias a fé cristã de vez em quando bombardeiam os alunos do ensino médio e das u
niversidades. Este livro serve como um antídoto excepcionalmente bom para refutar tais premissas falsas. Ele traz informações consistentes para combater os ataques violentos das ideologias seculares que afirmam que a ciência, a filosofia e os estudos bíblicos são inimigos da fé cristã.

Antes de tocar a questão da verdade do cristianismo, essa obra aborda a questão da própria verdade, provando a existência da verdade absoluta. Os autores desmontam as afirmações do relativismo moral e da pós-modernidade, resultando em uma valiosa contribuição aos escritos contemporâneos da apologética cristã.

Ela também esclarece dúvidas que muitos ateus e até mesmo crentes possuem sobre inspiração divina da Bíblia, o problema do mal, supostas contradições das escrituras e historicidade dos acontecimentos bíblicos.

Escrito por dois grandes gênios do cristianismo contemporâneo. Autores renomados nas universidades da América do Norte e no campo da Teologia e filosofia.

Geisler e Turek prepararam uma grande matriz de perguntas difíceis e responderam a todas com habilidade. Uma defesa lógica, racional e intelectual da fé cristã. 

BOA IDÉIA!


EXEGESE TEXTUAL E ANALÍTICA LITERÁRIA (João 21:20-25)



Prof. Bruno Pontes da Costa*

Para meus amigos(Pastores, teólogos e Linguistas) e a meus alunos de Exegese do NT sobre duas supostas dúvidas ocorrida na leitura do texto em análise:
1ª) Jesus falou que Pedro não morreria?
2ª) Jesus falou para o discípulo que ele não morreria enquanto Deus não cumprisse seus planos?
Então respondendo a tais questionamentos fiz uma exegese superficial sobre o assunto obtendo as seguintes 

 Introdução
  
Esta exegese tem por finalidade esclarecer algumas dúvidas emergentes do texto de João 21:20-25, no intuito de solucionar possíveis desvios de interpretação ou equívocos teológicos e linguísticos oriundos do desconhecimento dos textos originais nas línguas Grega e Latina, bem como sua real análise sintática e morfológica (lexical), para embasar nosso estudo de forma prática e clara.
Em primeiro lugar, se faz necessário identificar que no texto em análise, pode-se constatar que existem três (03) pessoas coexistentes no discurso, e que existe uma relação entre elas durante a leitura, relação essa que chamaremos de 1ª Relação (Relação Interpessoal), ou seja, é possível constatar que ocorre uma participação ativa e passiva dessas três pessoas no contexto, identificadas com: Ἰησοῦς (Jesus), Πέτρος (Pedro) e τὸν μαθητὴν ὃν ἠγάπα ὁ Ἰησοῦς (o discípulo que Jesus amava) cf. Jo 21:20.
          Nos versículos anteriores o diálogo já existia entre duas personagens apenas: Jesus e Pedro (cf. Jo 21:15-19). Encontramos então neste primeiro momento (no v.20), o aparecimento e a participação desta outra personagem, que neste caso é um dos Discípulos de Jesus “aquele discípulo a quem Jesus amava”.
Assim, o identificamos como “o discípulo amado”, o mesmo da cena da Última Ceia, onde reclinara a cabeça sobre o tórax de Jesus v.20 – João, interligado a figura de linguagem elíptica cf. Jo 21:7; Jo 13:23; Jo 20:2.
          A segunda confirmação da personagem do texto ser conclusivamente o discípulo João, encontra-se    na “autoafirmação” de que o mesmo que escreve o Evangelho é também testemunha ocular da cena em pauta, ratificando dessa forma a veracidade dos fatos relatados: “Este é o discípulo que dá testemunho destas coisas e as escreveu; e sabemos que o seu testemunho é verdadeiro.” v.24.

  
 

Logo, podemos concluir certamente quem eram os três participantes desta 3ª aparição de Jesus pós Ressurreição no caso estudado, esta informação nos facilitará explicar as demais relações textuais encontradas a seguir.
          2ª Relação a ser feita está no discurso emitido por Jesus em relação à proximidade com os dois discípulos (Pedro e João), e seu diálogo exclusivo com o Apóstolo Pedro em reação ao outro; esta relação nomearemos de Relação de Proximidade. Isso denota uma explicação evidentemente gramatical e semântica e não figurada ou metafórica,excluindo assim qualquer possibilidade de equívoco interpretativo, vejamos:
 No v.20, Pedro vira-se para ver a chegada da 3ª Pessoa a participar desse fato, sendo reconhecido pelo próprio narrador (João), em “E Pedro, virando-se, viu que o seguia aquele discípulo a quem Jesus amava...” v.21a, como no Grego: τὸν μαθητὴν (Koinê) = o discípulo; e no Latim: illum discipulum (Vulgata) = aquele discípulo; ou seja, um Pronome Demonstrativo na 3ª Pessoa do Singular Masculino = aquele.
 No v.21a, “Ora, vendo Pedro a este, perguntou a Jesus:”, neste momento o narrador se coloca em 1ª Pessoa em Relação de Proximidade com Pedro (a este = o discípulo amado = João = Autor do Evangelho).

                       Este              Esse           Aquele
                        Eu                 Tu                Ele
                      1ª Pessoa    2ª Pessoa     3ª Pessoa  (Singular Masculino)

No v.22, “... Se eu quiser que ele fique até que eu venha, que tens tu com isso? [...]” Nesse momento fica explícito que o diálogo de Jesus tem com Pedro, se refere a João como “ele”, essas relações pronominais também se identificam seus devidos Pronomes: Jesus = eu, pelo Pronome Pessoal do Caso Reto na 1ª Pessoal do Singular Masculino, Pedro = tu, no PP CR 2ªPSM*² e João = ele, no PP CR 3ªPSM*². 

                              
                                    Pedro      Jesus                     João     
                                       "Tu"                "Eu"                           "Ele"

A partícula “Se” utilizada por Jesus no início do v.22, como Pronome Relativo, completando o sentido de “eu quiser” – vontade soberana - transforma o diálogo em uma tensão entre Jesus e Pedro, fazendo com que a oração Subordinada Adjetiva, passe a ser concebida como uma frase interrogativa. Situação a qual Jesus em nenhum momentodeste versículo, ou, nos versículos seguintes, afirma a intenção de fazer com que João permaneça aqui ou não, em resposta a proposição de Pedro no v.21b, Senhor, e deste que será?”.
Não ocorre de fato a concretização do pensamento de Jesus (em deixar João até o seu regresso) em ato consumado, realmente.
Esta parte do versículo isolada é apenas, única e exclusivamente interrogativa, não podendo assim, se tirar quaisquer conclusões sobre o assunto. É uma oração inacabada, precisando de complemento, sendo prematura qualquer opinião sobre o tópico.
 Porém, o v. 23 é o versículo chave desse texto, e o mais importante em relação aos fatos que se sucederão em sequência.  O próprio versículo indica a resposta do equívoco semântico e interpretativo, tanto dos discípulos, quanto dos teólogos nos dias atuais sendo o versículo determinante de toda locução.
Acompanhe atentamente o que se segue:

O Evangelho Segundo S. João 21:23
Versão
Grego (Grego Koinê: SBL Grego do Novo Testamento: SBLGNT)
1
ἐξῆλθεν οὖν οὗτος ὁ λόγος εἰς τοὺς ἀδελφοὺς ὅτι ὁ μαθητὴς ἐκεῖνος οὐκ ἀποθνῄσκει. οὐκ εἶπεν δὲ αὐτῷ ὁ Ἰησοῦς ὅτι οὐκ ἀποθνῄσκει ἀλλ’• Ἐὰν αὐτὸν θέλω μένειν ἕως ἔρχομαι, τί πρὸς σέ;
Versão
Latim (Jerome's A.D. 405 Bíblia Sacra Vulgata Latina)
2
exivit ergo sermo iste in fratres quia discipulus ille non moritur et non dixit ei Iesus non moritur sed si sic eum volo manere donec venio quid ad te
Versão
Tradução Literal para o Português/Brasil (*)
3
Portanto, saiu esta palavra (divulgou-se esta notícia) para os irmãos, que aquele discípulo (João) não morre. No entanto, Jesus não disse a ele (a Pedro) que "ele (João) não morre", mas: "Caso Eu deseje ele permanecer enquanto Eu venho, que importa a ti?"
Versão
João Ferreira de Almeida Revista e Atualizada (2007) Português/Portugal
4
Divulgou-se, pois, entre os irmãos este dito, que aquele discípulo não havia de morrer. Jesus, porém, não disse que não morreria, mas: se eu quiser que ele fique até que eu venha, que tens tu com isso?


Visto o texto em quatro Versões distintas, utilizaremo-as como modelo argumentativo para as teses infra mencionadas, a partir de dois equívocos:

O 1º Equívoco – Está no fato de achar que “aquele discípulo” o qual o texto se refere é “Pedro” quando na verdade deveria ser atribuído a “João”. v.23, “Divulgou-se, pois, entre os irmãos este dito, que aquele discípulo não havia de morrer. Jesus, porém, não disse que não morreria, mas: se eu quiser que ele fique até que eu venha, que tens tu com isso?”; uma vez que na locução fica explicitado que a expressão “aquele discípulo” se refere a João (ele) e não a Pedro, conforme v.20 (aquele), v.21 (deste), v.22 (ele), que agora retoma o discurso para identificar-se como o motivo de disseminação de “boatos” entre os próprios discípulos restantes, implícito no início do versículo 23: Divulgou-se, pois, entre os irmãos este dito, que de acordo com o texto original na Versão 1: ἐξῆλθεν οὖν οὗτος ὁ λόγος εἰς τοὺς ἀδελφοὺς, se traduz como: Portanto, saiu esta palavra (divulgou-se esta notícia) para os irmãos (Versão 3). Os irmão são os demais discípulos e Jesus falara não de Pedro, mas sim de João.
Tal equívoco é muito comum em algumas exegeses católicas para darem maior sustentabilidade na “suposta” patriarcalidade romana ao Apóstolo Pedro, ou em exegeses protestantes com tendências pentecostais (neste caso errôneas!) para sustentar o cumprimento messiânico de Pedro em dar continuidade ao ministério eclesiástico e espiritual legado ao referido discípulo por Jesus (cf. Mt 16:18; Mt 18:18; At 4:4), divergindo assim das Sagradas Escrituras.

O 2º Equívoco – Encontra-se no fato de achar que Jesus “afirmou que o discípulo João não morreria” (οὐκ ἀποθνῄσκει), cf. “que aquele discípulo não havia de morrer.” (Versão 4), porém, no mesmo texto, o autor do Evangelho deixa claro que tal notícia não tinha fundamento algum, argumentando inclusive com a negação completa de tal “dito divulgado entre os irmãos”v.23a;  sendo notório em todas as línguas, traduções e versões do Novo Testamento.

ü  No Grego: οὐκ εἶπεν δὲ αὐτῷ ὁ Ἰησοῦς ὅτι οὐκ ἀποθνῄσκει (Versão 1), o texto deixa claro que Jesus “não disse” (οὐκ εἶπεν) que o discípulo não morreria (οὐκ ἀποθνῄσκει);

ü  No Latim: et non dixit ei Iesus non moritur (Versão 2); Onde se percebe nitidamente a língua materna expressando em sua tradução: non moritur = “não morreria”, sendo apenas antecipado na oração o nome de Jesus negando tal sentença em relação à tradução de língua portuguesa;

ü  Em Português: Jesus, porém, não disse que não morreria (Versão 4), inclusive nas mais diversas versões para nossa língua (RC, RAA, NTLH, Restauração, Ave Maria, NVI...) João enfatiza o fato Dele (Jesus) não afirmar a vida eterna ao discípulo; 

ü  No Alemão: Und Jesus sprach nicht zu ihm: „Er stirbt nicht ( A Bíblia de Luthero - Lutherbibel 1912), nicht = não;

ü  No Inglês: yet Jesus said not unto him, He shall not dieA Versão do Rei James King James Version of the Holy Bible), not = não;

E por fim, na Tradução Literal dos textos bíblicos: “Jesus não disse a ele (Pedro) que "ele (João) não morre" (Versão 3), ou seja, percebe-se que houve uma tentativa exegética frustrada de colocar afirmações teológicas particulares, parciais ou tendenciosas que evidenciam um erro comum no meio cristão, de que: O crente em Jesus Cristo não pode morrer enquanto não se cumprir as promessas sobre sua vida!
Entrando em contradição com a Palavra de Deus em diversas passagens que apenas ratificam nosso entendimento acima apresentado. E tal relação afirmativa não é bíblica, uma vez que o próprio Deus não poupou o seu próprio filho da morte (Rm 8:32), onde todos nós deveremos morrer em Cristo, para também ressuscitar com Ele (Jo 6:40; Jo 6:44; Jo 6:54; Rm 6:8; 1 Co 6:14; 2 Tm 2:11) e todo e qualquer tempo relacionado aos propósitos de Deus é Kairós e não Chronos (tempo de Deus e não tempo humano).
Jesus acabara de explicar a Pedro as circunstâncias em que se daria a Sua morte. Pedro estava curioso se sua experiência seria semelhante à do discípulo amado, que escreveu o Evangelho de João (v. 24). Jesus fugiu da pergunta com uma mensagem cifrada: "Se Eu prefiro que ele permaneça vivo até que Eu venha, o que você tem a ver com isso?" (Tradução Livre).
 O texto faz uma clara distinção entre o "morrer" e o "permanecer". A morte é passageira, porém a permanência no amor, deve ser em Jesus.

                No v.24, o discípulo João, confirma sua autenticidade apostólica em afirmar categoricamente: Este é o discípulo que dá testemunho destas coisas e as escreveu; e sabemos que o seu testemunho é verdadeiro, declarando ser o próprio autor (João), confirmando que o referido dito que saiu entre os irmãos (em v.23a) foi apenas um equívoco, e assume a responsabilidade da heurística (da verdade dos fatos agora relatados), até mesmo pelos fatos históricos de Pedro ser um pescador, rude e não alfabetizado e do Evangelho de João ter sido escrito entre os anos 95 e 100 d,C., tendo sido aceito cronologicamente o último a ser escrito dentre os quatro Evangelhos, em Patmos.
Enquanto o Filósofo e Historiador Orígenes (185 - 253) responsável pela Escola Catequética de Alexandria afirmou que: "Pedro, ao ser martirizado em Roma, pediu e obteve que fosse crucificado de cabeça para baixo", "Pedro, finalmente tendo ido para Roma, lá foi crucificado de cabeça para baixo." Fato ocorrido aproximadamente em 67 d.C*³, morrendo bem antes de ter sido escrito o Evangelho de João, sendo mais uma prova cabal de que tais equívocos não podem prevalecer.

Conclusão

Diante de tais comprovações chegamos as seguintes conclusões:
Primeiro que pela exegese textual fica provado e comprovado que Jesus se referia a João, durante todo seu diálogo com Pedro: No seu reconhecimento (v.20), no questionamento de Pedro sobre a sua situação (v.21), quando indagou se ele quisesse deixá-lo (v.22), no posicionamento soberano de sua escolha (v.23), e na sua autoria e confirmação (v.24).
Em segundo, que houve um conflito de informações durante a divulgação desse diálogo de Jesus com Pedro (v.23a), ocasionando uma falsa crença de que João possivelmente não morreria, pois Jesus talvez tivesse uma predileção pelo discípulo, poupando-o assim dos acontecimentos vindouros (sua segunda vinda e o arrebatamento). Conflito esse resolvido no próprio contexto, onde o autor confirma que Jesus não falou a Pedro que ele próprio não morreria, “mas: se eu quiser que ele fique até que eu venha, que tens tu com isso?” (v.23c), informando a Pedro que deveria prestar a mais atenção em suas escolhas (vida) que na de João: ...que tens tu com isso? Segue-me tu. (v.22)
 Por fim, confrontados os equívocos existentes, com os Textos Sagrados originais e de outros idiomas, torna-se perceptível a clareza na verdade dos fatos (a heurística) envolvidos, facilitando assim a leitura crítico-interpretativa com maior profundidade e sustentabilidade científica na exposição das supracitadas referências.

E como já dizia John Stott: Crer é também pensar!



Referência

MARCOS FERNANDEZ, N., 1973: A Septuaginta na pesquisa contemporânea, Madrid.

VILSON SCHOLZ e ROBERTO G. BRATCHER (trads.), Novo Testamento Interlinear Grego-Português (Sociedade Bíblica do Brasil, 2004).

RIENECKER, Fritz; ROGER, Cleon. Chave linguística do Novo Testamento Grego. São Paulo: Vida Nova, 1995

LIDDELL and SCOTT. Greek-English Lexicon. Oxford University Press.

PEREIRA, IsidroDicionário Grego-Português e Português-Grego. Porto: Ed. Apostolado da Imprensa



Textos e Traduções


Grego Koinê (LXX)

20 Ἐπιστραφεὶς ὁ Πέτρος βλέπει τὸν μαθητὴν ὃν ἠγάπα ὁ Ἰησοῦς ἀκολουθοῦντα, ὃς καὶ ἀνέπεσεν ἐν τῷ δείπνῳ ἐπὶ τὸ στῆθος αὐτοῦ καὶ εἶπεν· Κύριε, τίς ἐστιν ὁ παραδιδούς σε;
21 τοῦτον οὖν ἰδὼν ὁ Πέτρος λέγει τῷ Ἰησοῦ· Κύριε, οὗτος δὲ τί;
22 λέγει αὐτῷ ὁ Ἰησοῦς· Ἐὰν αὐτὸν θέλω μένειν ἕως ἔρχομαι, τί πρὸς σέ; σύ μοι ἀκολούθει.
23 ἐξῆλθεν οὖν οὗτος ὁ λόγος εἰς τοὺς ἀδελφοὺς ὅτι ὁ μαθητὴς ἐκεῖνος οὐκ ἀποθνῄσκει. οὐκ εἶπεν δὲ αὐτῷ ὁ Ἰησοῦς ὅτι οὐκ ἀποθνῄσκει ἀλλ’· Ἐὰν αὐτὸν θέλω μένειν ἕως ἔρχομαι, τί πρὸς σέ;
24 Οὗτός ἐστιν ὁ μαθητὴς ὁ μαρτυρῶν περὶ τούτων καὶ ὁ γράψας ταῦτα, καὶ οἴδαμεν ὅτι ἀληθὴς αὐτοῦ ἡ μαρτυρία ἐστίν.
25 ἔστιν δὲ καὶ ἄλλα πολλὰ ἃ ἐποίησεν ὁ Ἰησοῦς, ἅτινα ἐὰν γράφηται καθ’ ἕν, οὐδ’ αὐτὸν οἶμαι τὸν κόσμον χωρήσειν τὰ γραφόμενα βιβλία.  

Latim (Vulgata Latina) Sacra

20 conversus Petrus vidit illum discipulum quem diligebat Iesus sequentem qui et recubuit in cena super pectus eius et dixit Domine quis est qui tradit te
21 hunc ergo cum vidisset Petrus dicit Iesu Domine hic autem quid
22 dicit ei Iesus si sic eum volo manere donec veniam quid ad te tu me sequere
23 exivit ergo sermo iste in fratres quia discipulus ille non moritur et non dixit ei Iesus non moritur sed si sic eum volo manere donec venio quid ad te
24 hic est discipulus qui testimonium perhibet de his et scripsit haec et scimus quia verum est testimonium eius
25 sunt autem et alia multa quae fecit Iesus quae si scribantur per singula nec ipsum arbitror mundum capere eos qui scribendi sunt libros amen

Tradução Literal baseado nos textos anteriores (Pr. Bruno Pontes)




20 Então Pedro, havendo-se voltado, vê seguindo-O (seguindo Jesus)*¹ aquele discípulo (João) a quem Jesus amava (aquele que também, na ceia, se recostou sobre o peito dEle (de Jesus), e que disse: "Ó Senhor, quem é que Te está traindo?")
21 Pedro, havendo visto este (João), diz a Jesus: "Ó Senhor, e que será deste varão?"
22 Jesus lhe diz: "Caso Eu deseje ele permanecer enquanto Eu venho, que importa a ti? Segue-Me tu."
23 Portanto, saiu esta palavra para os irmãos, que aquele discípulo (João) não morre. No entanto, Jesus não disse a ele (a Pedro) que "ele (João) não morre", mas: "Caso Eu deseje ele permanecer enquanto Eu venho, que importa a ti?"
24 Este (João) é o discípulo que está testificando a respeito destas coisas e havendo escrito estas coisas; e temos sabido que o testemunho dele (de João) é verdadeiro. 
25 E também há muitas outras coisas, tantas quanto Jesus fez; as quais, se fossem escritas uma por uma, eu suponho nem ainda o mundo, ele mesmo, ter espaço para os livros que estariam sendo escritos. Que assim seja!

Tradução João Ferreira de Almeida Revista e Atualizada (ARA - Pt/Portugal)

20 E Pedro, virando-se, viu que o seguia aquele discípulo a quem Jesus amava, o mesmo que na ceia se recostara sobre o peito de Jesus e perguntara: Senhor, quem é o que te trai?
21 Ora, vendo Pedro a este, perguntou a Jesus: Senhor, e deste que será?
22 Respondeu-lhe Jesus: Se eu quiser que ele fique até que eu venha, que tens tu com isso? Segue-me tu.
23 Divulgou-se, pois, entre os irmãos este dito, que aquele discípulo não havia de morrer. Jesus, porém, não disse que não morreria, mas: se eu quiser que ele fique até que eu venha, que tens tu com isso?
24 Este é o discípulo que dá testemunho destas coisas e as escreveu; e sabemos que o seu testemunho é verdadeiro.
25 E ainda muitas outras coisas há que Jesus fez; as quais, se fossem escritas uma por uma, creio que nem ainda no mundo inteiro caberiam os livros que se escrevessem.



* - Sociólogo, Teólogo e Cientista da Religião; Mestrando em Ciências da Educação, pela Universidade Lusófona de Humanidade e Tecnologia (ULHT - Pt); Mestre em Divindade (Magister Divinitatis), pela FATEFFIR. Diretor Acadêmico da FAENOR - Faculdade, João Pessoa/PB. Aluno da Licenciatura em Línguas Clássicas (Grego e Latim) da UFPB.
E-mail: brunopontescosta@gmail.com

*¹ - () Observações feitas pelo autor durante o processo de tradução, para auxiliar a interpretação léxica (morfológica) do português.

*² - Pronome Pessoal do Caso Reto na 2ª Pessoa do Singular Masculino; Pronome Pessoal do Caso Reto na 3ª Pessoa do Singular Masculino.

*³ - Acesso em 24/09/2012, às 23h39min. http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A3o_Pedro